Tuesday, July 30, 2013

Sem mais


http://www.youtube.com/watch?v=xLFItHLpzQ8

(...)
"Lê meu nome como quem desvenda o milhão de pensamentos surgidos aos picotilhos em minha mente. Lê meu nome como quem não conhece o significado do vocábulo picotilho, mas preferes imaginá-lo a busca-lo na verdade dos dicionários.
Lê meu nome recôndito nos grãos das areias dos desertos que, de quando em quando, atravessas queimado pelo rachar do sol em tuas costas.
Lê meu nome não como o fácil de ser lido, mas sim como o de leitura não impossível.
Lê meu nome em todas as reticências e eteceteras dos meus falares.
Lê meu nome em todos os meus silêncios, pois os meus barulhos não bradam o meu verdadeiro nome.
Lê meu nome como se estivesses perdendo o tempo que reservaste para importantes afazeres, portanto, deixarás meu nome de lado, para, quem sabe, uma leitura de outra ocasião.
E, deixa-te levar por aí ao leres meu nome...
E, por fim, como derradeira súplica...
... lê meu nome como se estivesses esquecido de algo que jamais darias por falta...
(...)
Lê meu nome como o de alguém que te ama, te amou e te amará.
E que colocou o pretérito no meio do presente e do futuro.

(...)
como aquele membro desprovido de funcionalidade.

(...)

Terminando essa conversa internética - que-eu-sei-que-vês-e-tu-sabes-que-eu-vejo. Esse dito pelo não dito para quem não tem coragem de se encarar - frente a frente, olho no olho -  e encarar que o para sempre e o eterno pode ser uma forma de fazer a realização do amor mais impossível do que - de certa forma - é.
Isso não é, de forma alguma, como se estivesse apontando o dedo apenas a ti. Aponto a mim, o mesmo dedo.
Sim, aponto.
Eu também acabei fazendo do para sempre o sonho. E, com ele, construí o impossível.
Impossível ao menos com esse fardo do para sempre.
Todo bicho arisco precisa do eterno, já dizia CFA.
"um bicho arisco vive dentro de uma espécie de eternidade. Onde pode ficar parado para sempre, mastigando o eterno. Para não assustá-lo, para tê-lo dentro dos seus dedos quando eles finalmente se fecharem, você também precisa estar dentro dessa ilusão do eterno".

Só que, quando se lida com o eterno, estamos sempre prestes. Estamos sempre quase. Nunca estamos ali. Naquele momento. Porque o momento sempre visa ao eterno e o eterno ainda não aconteceu e ele está sempre prestes. Embora tudo pareça uma construção do eterno. Não, tudo é uma construção do quase, do prestes a.

Pois. Terminando essa conversa internética de que eu sei que me vês mas estás invisível e  tu sabes que eu te vejo mas eu estou invisível:

Este é meu último post.
Tentarei, ao máximo, não olhar mais os teus próximos. Se bem me conheço, sei que não olharei.

Agora, passado 'o dia'.
O fim do ciclo.
O novo ano quase ali - e que venha a estreia do mês dos cachorros loucos. Porque dizem que é em agosto que eles chegam.
Para mim, é em agosto que eles vão.
"depois os cachorros foram embora
eu voltei ao meu chá
e lá fora a solidão
e uma flor quase despercebida"

A partir de agora - virtual, não  - escreve-se no caderno.
E, quando for o momento para conversa - será real.
Olho no olho.
Cara a cara.

E sei que um dia poderei 'epigrafar' meu caderno com isto: "o verão acabou. E começo a ler para eles o que escrevi durante o tempo em que se batiam pela casa."

Obrigada por tudo.
A você dedico a Nação Chinesa - de pessoas chinesas (é claro).
<3